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9.3.09

Escritos e Escritores

Qual é o seu escritor favorito?
E porque ele é seu favorito?
Machado de Assis, Jorge Amado, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Pedro Bandeira, Monteiro Lobato... E por aí segue a lista extensa de grandes autores da lingua brasileira... Talentosos, inteligentes, astutos, criativos; mas, acima de tudo, seres humanos.
Um bom escritor consegue olhar para si, ver o que falta em sua obra e o que seus leitores gostariam de ler ali, de ver representado naqueles personagens tão corajosos e aventureiros; a graça de todo livro está aí: no desejo que temos de nos aventurarmos, assim como aqueles perfeitos personagens fictícios, lúdicos e ícones de força e coragem.
Claro que, para toda regra, há uma exceção e aí entram os escritores que pouco se preocupam com o que os leitores querem, mas não fazem isso por se acharem superiores a nós, apenas porque querem expressar que suas imaginações lhes permitiram - aceitar que devem escrever o que seus leitores querem é quase abdicar de seu dom em prol de uma iniciativa comercial barata (e, sim, alguns escritores - a maioria - pefere ter um livro que não se torne um best seller, mas que lhe alivie o peso da criação de sua alma)...
Aos que pensam nos leitores, restam as pesquisas e a prática absurda da escrita popular... Deixar tudo bem detalhado, mastigado, frouxo, para que, cada um imagine o que quiser, dentro dos parãmetros estipulados em seus textos...
Particularmente, costumo esmiuçar bastante tudo o que escrevo, detalhando fatos e cenas, personagens e situações, falas e pensamentos, justamente para fazer com que o leitor esteja pensando dentro do que foi proposto, do que eu queria passar a ele... E acredito que deixar a leitura 'aberta' (para que cada um pense o que quiser) seja tão bom quanto; toda a forma de leitura desperta a curiosidade e a criatividade nas pessoas.
Se você é leitor(a) assíduo(a), vai perceber que quando está com um livro de Sidney Sheldon em mãos, sente-se entrar no mundo dele... É como se ele abrisse uma porta fantástica e mágica e te puxasse para dentro daquele mundo tão parecido com o real, tão fabulosamente projetado, que não há espaço para as suas criações - ele completa todo o vácuo que poderia haver em qualquer instância. Claro que, se você lê um autor não tão detalhista, que te deixa perder o fio da meada em quase todos os capítulos e faz o personagem envelhecer, sem nem ao menos dizer que o tempo está passando, a sua mente terá tanto que trabalhar, tanto que criar, que você acaba encarando aquela leitura como "maçante" e desiste dela no meio.
Detalhar, esmiuçar, contar com riqueza de fatos e ações é um ponto positivo para qualquer escritor; quanto mais rico o vocabulário, mais visado e desejado será seu texto, livro, crônica ou poema.
Nós gostamos de pessoas que expressam inteligência em palavras belas e bem colocadas; se é diferente, logo, não é tão bom - parece que o escritor sabe menos que nós.
Todavia, toda expressão de cultura e educação é bem-vinda e muito bem aceita.
Precisamos cada vez encarar que, sem divisão de conhecimento, não há conhecimento algum.

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