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4.1.09

Musa

Não era mais uma mulher;
Não tinha os seios belos,
Nem a boca carnuda.

Não esbanjava beleza,
Não sorria para todos...
Ela não era perfeita.

Os olhos dela expressavam poder,
Seus atos eram de uma imperatriz,
Sua voz designava confiança.

Era deliciosa sua forma de andar,
Seu rebolar era estreito e sensual,
Seu corpo, mesmo nada modelado, complementava qualquer ambiente.

Seu contato comigo era mínimo,
Quase não me dirigia a paralvra,
Não me tocava em momento algum.

Eu próprio não necissitava de seu toque,
Suas palavras ou seus olhares...
Mas sua companhia era indispensável;
Necessitava dela.

Olhar aqueles olhos,
Me inspiravam.
Sentir a presença dela,
Me aguçava.
Estar em sua companhia,
Me excitava a criatividade...

Ela,
Então,
Se foi.

Minha Musa Inspiradora;
Meu pedaço de céu que Deus havia concebido;
Meu Elixir da Criatividade em forma humana...

Partiu,
Sem sequer deixar resquícios de para onde havia ido...

Em minha mesa,
Apenas um bilhete me encarava solitário:

"Estive aqui e te amei,
Tu amaste tanto a Arte que esqueceu do amor à Vida.
Vivi muito tempo ao seu lado; mas você nunca me viu.
Fui e sempre serei sua Musa, mas a Inspiração já não me cabe lhe dar"

E com uma lágrima solitária,
Despenquei na cadeira e amaldiçoei o dia em que ela havia partido;
Não era uma Musa;
Era meu Grande Amor...
Que não mais voltaria.

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